6 de maio de 2012

Falamansa celebra Luiz Gonzaga em seu primeiro disco de regravações



Com 14 anos de carreia, sete álbuns e dois DVDs, a banda paulista Falamansa apresenta seu primeiro trabalho de regravação: As Sanfonas do Rei - Tributo aos 100 anos de Luiz Gonzaga (Deck). O oitavo disco, como o próprio nome já esclarece, homenageia um dos ícones da música brasileira, Luiz Gonzaga (1912-1989), o Rei do Baião.


O grupo, que estourou com canções como Rindo à Toa e Xote dos Milagres, apresenta novos arranjos para músicas consagradas na voz do homenageado e outras um pouco menos conhecidas do repertório do Rei. “Era um caminho que a gente só buscaria se fosse pelo mestre mesmo”, justifica o vocalista Tato, 34 anos.


Por que homenagear Gonzagão, além do motivo óbvio da data? Tato explica: “Desde o início da carreira, a nossa maior base estrutural de influência foi Luiz Gonzaga. Não só por ouvir, mas porque ele define a busca pelo forró pé-de-serra e pela mensagem social, de fé, que a Falamansa sempre buscou”.
A temática nordestina, porém, não é explorada no trabalho autoral do grupo. “A gente não leva a temática, mas sim o fazer o bem através da música. Tento me inspirar no ideal da mensagem do forró pé-de- serra, mas olhando os dias atuais”, diz o vocalista do grupo, projetado a partir do chamado forró universitário.


O rótulo, por sinal, não se aplica mais ao grupo, acredita Tato, mesmo considerando o universitário o maior propagador de sua música. “Forró universitário denomina um momento, não a parte cultural, o forró raiz. Os grandes fãs já deixaram de ser universitários e agora vão aos shows com os filhos. Entendo a Falamansa como uma banda de música brasileira”, resume.


Grupo Falamansa comemora 14 anos e lança seu oitavo álbum

Apadrinhados
Para o tributo, a banda contou com participações de peso. Jorge du Peixe, vocalista da Nação Zumbi, empresta sua voz em Erva Rasteira/A Festa (Gonzaguinha) e Dominguinhos canta Nem se Despediu de Mim (Luiz Gonzaga/João Silva). Elba Ramalho, por outro lado, interpreta Sanfoninha Choradeira (Luiz Gonzaga/João Silva), gravada por ela e pelo Rei na década de 80.


Segundo Tato, os dois últimos são importantes disseminadores da música do velho Lua, por isso o convite. “Partindo da homenagem a Luiz Gonzaga, você tem que buscar pessoas próximas a ele, que também homenageamos junto. E, para mim, essas pessoas são Elba e Dominguinhos, que foram praticamente apadrinhados por ele”.


A Nação Zumbi, por outro lado, é uma das principais representantes da cultura pernambucana. “Falar em Pernambuco, maracatu, não tem como não pensar em Nação Zumbi”, afirma Tato, fã da banda. O disco conta, ainda, com o Trio Nordestino, Trio Virgulino, Meninos do Morumbi e Miltinho Edilberto e Janaína Pereira, do grupo Bicho de Pé.


O repertório do álbum é costurado por trechos de falas e gravações de Gonzagão, cedidos por sua filha, Rosinha Gonzaga, e traz uma música inédita: a canção As Sanfonas do Rei, composta por Tato. Essa música, associada a sucessos de Luiz Gonzaga e da Falamansa, são a base do show de lançamento do trabalho.


Com turnê agendada este mês por quatro cidades dos Estados Unidos, a banda vai estrear o show no Brasil, durante o São João. “Não fechamos a agenda, mas garanto que vai ter alguma coisa perto. É um lugar que sempre abriu os braços para a banda”, diz Tato, referindo-se à Bahia.

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