7 de maio de 2012

Opinião Solange Almeida: Sanfonas e guitarras em paz



Rio - O forró, ao longo dos seus mais de 50 anos de história, sofreu, assim como outros gêneros musicais, inúmeras mudanças. Deixou de ser um ritmo tipicamente nordestino e ganhou todas as praças de todo o País.

E no ano em que é celebrado o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, o criador do movimento, é também comemorada a ascensão do ritmo, com muitos tabus e barreiras vencidas. Tudo se modifica e atribuímos boa parte da evolução do movimento à modernização de toda a parafernália e à junção de inúmeros instrumentos. Antes apenas havia o som da sanfona, do triângulo e da zabumba. Até ritmos próprios, como o calipso, a lambada, o carimbó e o tecnobrega são equiparados ao forró, quando na verdade são gêneros distintos.

Quem diria que o forró romperia as barreiras do Nordeste brasileiro e, quem diria, mais ainda, que atravessaria os continentes? Atravessou! Já cantamos para americanos e europeus e foi a prova maior de que o novo forró não é uma onda, mas, sim, uma realidade.

Amanhã, dia 8 de maio, uma alegria: vamos cantar no Rio de Janeiro, em plena Barra da Tijuca, pela primeira vez fora do circuito do forró na região.
Como vocalista do Aviões do Forró, ao lado de Xand, acompanhei não apenas a mudança desse cenário, mas também a evolução do nosso som e sua trajetória até chegarmos a milhões de pessoas.

Mudamos, nos modernizamos, e isso contribuiu para que nossa música rompesse barreiras: na capital da axé music, Salvador, gravamos nosso DVD num show com mais de 70 mil pessoas. Nossas músicas tocam nas novelas em horário nobre, como ‘Ovo de Codorna’, em ‘Morde & Assopra’, e ‘Correndo Atrás de Mim’, em ‘Avenida Brasil’, ambas da TV Globo.

Outra realidade foi a mudança ter sido aceita até pelos mais bravos dos conservadores do ritmo, como o mestre Dominguinhos. Se antes suas críticas a essa nova geração eram árduas, hoje ele está bem mais maleável, e já tivemos o prazer de dividir os palcos com ele duas vezes em shows pelo Nordeste.

O preconceito? Sempre será superado! Somos do bem! Infelizmente ele sempre vai existir de alguma forma... seja no forró, nas etnias, orientação sexual ou na classe econômica. O jeito é ‘correr atrás’ para driblá-lo em todas as instâncias.

Solange Almeida é integrante do grupo Aviões do Forró
 
 
 
 

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